Desculpas são desculpas e amor é amor... Tão simples!
"Esta
coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos
do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não
conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem!
– mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa
que os impede. Ou porque a estrada está cortada para obras de
pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos
açucares. Ou porque sim e não falamos mais nisto. Há muita gente que não
pode comer crustáceos, verdade? E porquê? Não faço ideia, mas o médico
diz que não podemos porque nascemos assim e nós, resignados, ao
aproximar-se o empregado de mesa com meio quilo de gambas que faz favor,
vamos dizendo: “Nem pensar, leve isso daqui que me irrita a pele”.
Ora,
por vezes, o simples facto de gostarmos de alguém pode provocar-nos uma
alergia semelhante. E nós, sabendo-o, mandamos para trás quando
estávamos mortinhos por ir em frente. Não vamos.. E muitas das vezes,
sabendo deste nosso problema, escolhemos para nós aquilo que sabemos
que, invariavelmente, iremos recusar. Daí existirem aquelas pessoas que
insistem em afirmar que só se apaixonam pelas pessoas erradas. Mentira.
Pensar dessa forma é que é errado, porque o certo é perceber que se nós
escolhemos aquela pessoa foi porque já sabíamos que não íamos a lado
nenhum e que – aqui entre nós – é até um alívio não dar em nada porque
ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu. Do
mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três,
há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos
casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é
igualzinha. O que mudou – e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide –
foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados?
Fernando Alvim
Sabemos disto também, mas o amor ilude-nos...
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